segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Manoel de Barros / Poesia é a virtude do inútil



  • 9.nov.2004 - O poeta Manoel de Barros
    O poeta Manoel de Barros
Manoel de Barros
Poesia é a virtude do inútil

Manoel de Barros era avesso a entrevistas por alguns motivos. Primeiro porque achava que o ser biológico Manoel era totalmente sem graça e depois porque achava que a palavra falada não tinha pudor. "Eu sempre dou entrevista por escrito. Porque palabra falada, muitas vezes, é o rascunho que você não pode corrigir..."
No entanto, quando cedia à insistência, mostrava que seu ser biológico não tinha nada de sem graça e que as palavras já saíam de sua boca como poesia. Selecionamos algumas frases do poeta que imprimem isso.
Poesia é a virtude do inútil. O inútil só serve para isso mesmo, para a poesiaManoel de Barros, no documentário "Só Dez Por Cento é Mentira"
Poesia a gente não descreve, a gente descobre. Eu sou procurado pelas palavras. Não tenho inspiração, não sei o que é isso. Só conheço de nomeManoel de Barros, no documentário "Só Dez Por Cento é Mentira"
Eu sou excitado pela palavra. Ela se apaixona por mim. As amigas que ela tem pelo mundo se encontram pelo cheiro para desabrochar num poema. Desabrocham em mimManoel de Barros, no documentário "Só Dez Por Cento é Mentira"
Tenho uma confissão a fazer: noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentiraManoel de Barros, no documentário "Só Dez Por Cento é Mentira"
Poesia é armação de palavras com um canto dentro. Eu sempre armei os versos meus com as aflições e os êxtases do ser humano. Entram portanto pentelhos tambémManoel de Barros, ao "Jornal do Brasil"
Sei que as perguntas são para experimentar meus absurdos. Confesso, já confessei algumas vezes, que gosto mais de brincar com as palavras do que de pensar com elas. Para tanto precisei de aprender Absurdez. Falo e escrevo fluentemente Absurdez. Por isso descobri que o sol tem perfumeManoel de Barros, ao Jornal do Brasil"
As palavras se oferecem no cio para mim. Tenho uma relação erótica com elasManoel de Barros, À revista "Carta Capital
Quem tem muita informação perde o condão de adivinharManoel de Barros, À revista "Carta Capital"

UOL


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