segunda-feira, 15 de abril de 2024

Robert De Niro em 1950, aos 7 anos

 

Robert De Niro em 1950, aos 7 anos 

É difícil de acreditar, mas o estimado ator de Nova York, Robert De Niro, já foi um menino. Embora ele seja conhecido por muitas coisas ao longo de sua longa carreira, seu olhar penetrante é um de seus atributos mais conhecidos, ajudando-o a conseguir papéis que o retratavam como o "cara durão" de Nova York, como em O Poderoso Chefão II, Taxi Driver e Os Bons Companheiros entre outros. De Niro parece ter nascido com esse olhar, ou pelo menos tê-lo aperfeiçoado em 1950, quando a fotografia acima do menino de 7 anos foi tirada. Esta foto, junto com muitas outras, foi revelada no documentário da HBO sobre o pai de Robert De Niro: Robert Henry De Niro (1922-1993) um pintor expressionista abstrato americano.


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sexta-feira, 5 de abril de 2024

Graham Greene / Escrever

 

Graham Green

Graham Green

ESCREVER

Escrever é uma forma de terapia; por vezes, pergunto-me como é que todos aqueles que não escrevem, não compõem ou pintam conseguem escapar da loucura, da melancolia, do pânico e medo inerentes à situação humana.

— Henry GRAHAM GREENE (2 de Outubro de 1904 – 3 de Abril de 1991), jornalista e escritor inglês, in “Ways of Escape” (1980), o segundo volume da sua autobiografia. 


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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Maryse Condé / ‘Ainda sou negra, mulher e caribenha, e sempre serei’

 

Em casa, na Provence. “O mundo muda e o escritor muda com   ele”, diz Maryse Condé
Em casa, na Provence. “O mundo muda e o escritor muda com ele”, diz Maryse Condé Violette Franchi/the New York Times

Maryse Condé: ‘Ainda sou negra, mulher e caribenha, e sempre serei’

Nascida na Ilha de Guadalupe há 86 anos, escritora tem obra redescoberta, está entre os indicados ao International Booker Prize e conta que foi sua experiência de vida na África, onde conviveu com figuras históricas como Malcolm X e Che Guevara, que lhe permitiu ver o mundo à sua maneira


Por Anderson Tepper, The New York Times — Nova York

 

A longa vida e carreira de Maryse Condé foi moldada por algumas das maiores convulsões políticas e culturais do mundo. E ela, por sua vez, desempenha importante papel na interpretação dessas mudanças. Autora de mais de 20 livros, ela nasceu há 86 anos em Guadalupe, no Caribe, e, abrangendo os anos que passou em África, Europa e América do Norte, seu trabalho explorou as muitas vertentes da diáspora negra — mas mantendo o Caribe sempre no centro das atenções.


Nos últimos anos, Condé recebeu honras e elogios em todo o mundo. Esta semana, por exemplo, seu nome entrou na lista dos 13 semifinalistas concorrendo ao prestigioso International Booker Prize, concedido anualmente a uma obra de ficção traduzida para o inglês publicada no Reino Unido ou na Irlanda. 

Ela tem refletido sobre sua jornada vertiginosa e vida extraordinária como escritora.

— O mundo muda e o escritor muda com ele — lembra Condé em entrevista de sua casa na Provence, na França. — Não é uma questão de idade, mas de sensibilidade para mudar e vontade de escrever sobre isso.

Uma coisa é certa: se Condé está finalmente recebendo a aclamação que sua ampla obra merece, essa atenção se torna um tanto agridoce vindo tão tarde em sua vida e carreira. Em 2018, ela recebeu o Prêmio da Nova Academia, concedido no ano em que nenhum Nobel de Literatura foi concedido (devido a um escândalo dentro do comitê).

Desde então, foi lembrada em eventos como o Aké Festival, na Nigéria, em 2020, que incluiu uma homenagem em vídeo de 24 escritoras africanas, e durante uma celebração de dois dias no museu Mucem, em Marselha, na França, em novembro. Ela também foi incluída no programa de escritores internacionais da Royal Society of Literature de 2022, e em janeiro passado uma escola secundária em Paris foi nomeada em sua homenagem.

Escritos sobre a Bíblia

Este mês, Condé publicará nos EUA “O evangelho segundo o novo mundo”, traduzido por seu marido e tradutor de longa data, Richard Philcox. O romance — publicado no Brasil pela Rosa dos Tempos em 2022 — acompanha uma figura mestiça, semelhante a Cristo, que viaja pelo mundo em busca de significado e pertencimento. Ao longo do caminho, encontra revolucionários, tiranos, falsos profetas e verdadeiros Judas — além de amantes apaixonados.

Condé diz que há muito “sonhava em escrever sobre a Bíblia e o Novo Testamento, que acreditava ser uma série de histórias suntuosas e não realmente um texto religioso”.

— Muitas vezes, imaginei Deus como um habitante de Guadalupe comum que realizava suas atividades diárias, como jogar cartas, beber rum ou ir ao poço do galo — diz ela.

“O evangelho segundo o novo mundo” segue os lançamentos em inglês de dois livros que ainda não saíram no Brasil: “The wondrous and tragic life of Ivan and Ivana” (2020) e “Waiting for the waters to rise” (2021), que explorou questões críticas como o radicalismo islâmico na Europa e as migrações no Caribe e em outras regiões.

Condé, que tem um distúrbio neurológico degenerativo que dificulta a fala e a visão, ditou seus dois últimos livros para Philcox. Suas obras — incluindo seu primeiro épico histórico, “Segu”, que a colocou no mapa literário, e “Windward Heights”, sua homenagem a “O morro dos ventos uivantes” ambientado em Cuba e Guadalupe na virada do século XX — sempre apresentaram uma visão viva e subversiva, muitas vezes reimaginando o cânone literário ocidental com a vida caribenha no centro. A editora Bazar do Tempo vai lançar a edição brasileira de “Windward Heights” ainda este ano.

A escritora haitiana Edwidge Danticat vê Condé como uma “gigante da literatura”, cuja obra conecta continentes e gerações:

— Podemos acompanhar não apenas a história do Caribe, mas a diáspora africana em sua obra. Sempre aguardo o trabalho dela para ver como aborda o familiar novamente, levando-nos a essas jornadas inesperadas pelo passado, presente e futuro.


Compulsão pela escrita

Condé tinha quase 40 anos quando seu primeiro romance, “Hérémakhonon”, foi publicado e chamou a escrita de uma “força à qual ela não consegue resistir”. Ela ainda sente sua poderosa compulsão.

Seu trabalho tem sido uma constante em uma vida nômade e inquieta. Nascida em Pointe-à-Pitre, Guadalupe, ela partiu para estudar em Paris em 1953, obtendo um doutorado em Literatura Comparada na Sorbonne. Uma bolsa Fulbright a levou para os EUA, onde lecionou em várias universidades (incluindo Columbia, por muitos anos). 

Já na década de 1960, como uma jovem marxista, mudou-se para a recém-independente Guiné Equatorial, na África, onde conviveu com figuras como Malcolm X e Che Guevara, e se cercou de cineastas, ativistas e exilados caribenhos.

Em sua coleção de ensaios “A jornada de um escritor caribenho”, ela descreve o profundo impacto da África sobre ela:

— Foi a África que me revelou a mim mesma, permitindo-me ver o mundo em que vivo e olhar as coisas à minha volta à minha maneira, eu, Maryse Condé, negra, mulher e caribenha.

As extensas raízes de Condé em todo o mundo enriqueceram seu trabalho, dando-lhe uma perspectiva distinta sobre a diáspora negra.

A escritora nascida em Guadalupe Sarah-Estelle Bulle vê a vida e os livros de Condé como pontes históricas e culturais.

— Suas experiências no Caribe, na África e na Europa, assim como nos EUA, são tão vastas que nos permitem pensar sobre os complexos vínculos entre esses mundos — disse Bulle. — Ela tem uma cultura aberta e está profundamente ligada à noção de um mundo global e à cultura humana. Isso não é tão comum na literatura francesa.

Sempre firme

Embora a perspectiva de Condé possa ser um tanto rara nas letras francesas, os leitores francófonos levam a sério sua importância literária. Ela tem um número menor de leitores nos EUA, o que Malaika Adero, sua editora na Atria Books nos anos 2000, atribui ao gosto dos leitores e editores americanos. 

— Os americanos muitas vezes são tristemente desinteressados em coisas que consideram estrangeiras — disse Adero. — Fiquei desapontada, e até envergonhada, com os representantes de vendas de nossa própria empresa, que afirmaram em relatórios de campo que os títulos não estavam vendendo bem porque “as pessoas não estão interessadas nesses romances jamaicanos”.

E, no entanto, Condé permaneceu firme, continuando a investigar nossos tempos “problemáticos e traumáticos” com humor e perspicácia.

— Enquanto tiver algo a dizer, ela não vai parar de contar histórias — diz a tradutora Kaiama Glover. — E ela está escrevendo seu último romance há 20 anos.

Condé, naturalmente, tem a palavra final:

— Ainda sou Maryse Condé, negra, mulher e caribenha, e sempre serei


https://oglobo.globo.com/google/amp/cultura/livros/noticia/2023/03/maryse-conde-ainda-sou-negra-mulher-e-caribenha-e-sempre-serei.ghtml


O GLOBO

sexta-feira, 29 de março de 2024

Foto / As estrelas

 


As estrelas da companhia 2024: Da'Vine Joy Randolph (Os Rejeitados), Cillian Murphy (Oppenheimer), Emma Stone (Pobres Criaturas) e Robert Downey Jr. (Oppenheimer). Poderíamos preferir outros no Oscar deste ano, mas são quatro prêmios que não dá para chamar de injustos!

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sexta-feira, 22 de março de 2024

Constantino o Grande

 


CONSTANTINO O GRANDE


Em 325, no Concílio de Nicéia, Constantino, o Grande, criou a Igreja Católica após um genocídio de 45.000 cristãos, onde os torturou para renunciarem à Reencarnação. Ao mesmo tempo, os livros religiosos de todas as aldeias do império são recolhidos e assim criam A BÍBLIA.

 Em 327, Constantino, conhecido como imperador de Roma, ordenou que Jerônimo traduzisse a versão da Vulgata para o latim, mudando os nomes próprios hebraicos e adulterando as escrituras.

 Em 431 foi inventado o culto à VIRGEM.

 Em 594, o PURGATÓRIO foi inventado.

 Em 610, foi inventado o título de PAPA.

 Em 788, foi imposta a adoração de divindades pagãs.

 Em 995, o significado de kadosh (retirado) foi alterado para santo.

 Em 1079, é imposto o celibato dos padres >> palavra totalmente católica.

 Em 1090, o Rosário foi imposto.

 Em 1184, a Inquisição foi perpetrada.

 Em 1190, Indulgências são vendidas.

 Em 1215, a confissão foi imposta aos padres.

 Em 1216, foi inventada a história do Papa Inocêncio III sobre o terror do pão (um deus na mitologia grega), que se transforma em carne humana.

 Em 1311, o batesimo prevaleceu. 

 Em 1439, o inexistente PURGATÓRIO foi dogmatizado.

 Em 1854, foi inventada a Imaculada Conceição.

 Em 1870, foi imposto o absurdo de um papa infalível, no qual foi inventado o conceito de Contratação

 Existem mais de 2.500 coisas inventadas por esta religião para escravizar o ser humano ao cristianismo...

 As religiões e seus Deuses foram criados como meio de MANIPULAÇÃO e NEGÓCIOS. Como parte da EVOLUÇÃO do ser humano está a LIBERDADE 

desses meios de manipulação. 

Embora aos poucos o ser humano esteja na era do DESPERTAR, os jovens serão cada dia menos religiosos por mais duas gerações e a religião católica estará em declínio. (Eu gostaria de ver esse momento)

 Tudo fará parte de nossa EVOLUÇÃO.

 Cabe a você continuar acreditando no que agora acredita ser a verdade absoluta, porque você não se questionou... questione-se e verá que todas as religiões são uma invenção... do homem.


Via Lavínia Fadigas e Ivan Cid

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quarta-feira, 20 de março de 2024

Sérgio Augusto / Uma história menos conhecida de García Márquez

 




SÉRGIO AUGUSTO lembra Garcia Márquez no Estadão: Uma história menos conhecida de Gabriel García Márquez

    Enquanto esperava para pôr as mãos no romance póstumo de García Márquez, Em Agosto nos Vemos, pensei em antecipar-me ao auê em torno dos 10 anos da morte do escritor daqui a um mês contando alguma história menos manjada a seu respeito.

    Uma de minhas hipóteses – explorar as superstições de García Márquez – foi antecipada, em grande estilo, por Álvaro Costa e Silva, em sua crônica de domingo passado na Folha de S. Paulo.

    Gabo, apesar de supersticioso (cultuava o número 13, não usava nada de ouro), tinha medo de aquários e flores de plástico, mas não, surpreendentemente, do aziago mês de agosto, para ele, o mais benfazejo do calendário. Sobravam-lhe bons motivos para tal indulgência: foi num dia de agosto, por exemplo, que ele despachou para as Ediciones Minotauro, em Buenos Aires, os originais de Cem Anos de Solidão.

    Por falar em Buenos Aires, um modesto acréscimo ao rol de fobias e fricotes de Gabo: o mal-estar que ele sentia ao viajar à Argentina. “É lá que o mundo acaba”, dizia, como se depois de Ushuaia houvesse um apavorante abismo.

    Agora, a minha historinha. Que não é minha, mas de Gabo, do romancista norte-americano William Styron, de seu confrade mexicano Carlos Fuentes e do presidente Bill Clinton, tal como a relatou o colombiano em sua revista Cambio, em janeiro de 1999. Quatro anos antes, Clinton, em seu primeiro mandato, aceitou jantar com os três escritores na casa de veraneio de Styron, na ilha de Martha’s Vineyard (Massachusetts). Noitada inesquecível, inimaginável com a participação da grossa maioria dos líderes políticos passados e presentes.

    A primeira coisa que impressionou Gabo, 1m65, foi a altura de Clinton, 1m87. A segunda: seu poder de sedução. A terceira: “O fulgor de sua inteligência, que lhe permite falar sobre qualquer assunto, por mais espinhoso que seja”. Trocaram ideias sobre o problema das drogas, a miséria na América Latina, as nefastas consequências do bloqueio a Cuba. Para amenizar um pouco a conversa, fincaram pé no cinema e na literatura.

    Clinton, que em sua primeira campanha presidencial revelara ter Cem Anos de Solidão como seu romance favorito, deu provas de conhecer bem Dom Quixote e as Meditações de Marco Aurélio, seu livro de cabeceira. Gabo escolheu Dumas (O Conde de Monte Cristo), Styron cravou Mark Twain (Huckleberry Finn) e Fuentes fechou com Faulkner (Absalão, Absalão!).

    Ao recitar de memória o monólogo de Benji em O Som e a Fúria, Clinton ampliou na tertúlia a presença de Faulkner, fulcro, aliás, de uma estimulante divagação sobre as afinidades históricas e culturais entre escritores da bacia do Mississippi, do Caribe e do Nordeste brasileiro.

    Fuentes provocou o presidente a respeito de seus inimigos, se os tinha e quais eram. ‘Meu único inimigo”, respondeu Clinton, “é o fundamentalismo religioso de direita”. Não creio que tenha mudado de opinião nesses últimos 25 anos.


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terça-feira, 12 de março de 2024

Orlando Acevedo / Un retrato

 


Foto de Orlando Azevedo. 


Esta foto é do talentoso fotógrafo Orlando Azevedo, que há décadas vem registrando o Brasil profundo com seu olhar ímpar . “Um retrato não mente jamais. Ou é de verdade ou não vale nada. É olho no olho. Sempre peço antes de fazer a foto e, se o olhar consentir e permitir, o retratado é a partitura que está sob sua regência”, afirmou Orlando ao  site do FotoDoc – Festival de Fotografia Documental.

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segunda-feira, 11 de março de 2024

Foto / Veloso, Saramago y Amado

 



Veloso, Saramago e Jorge Amado

"José Saramago em visita a Salvador, em 1996, encontra Caetano Veloso e Jorge Amado e faz uma pausa na condição de ateu para ir a igrejas, participar de rituais do Candomblé e lançar flores a Iemanjá."

Semióticas – Olhar estrangeiro no Candomblé 

Por  José Antônio Orlando

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sábado, 2 de março de 2024

Julia Fox / Noite de encontro

 

Ye and Julia Fox do New York


Julia Fox NOITE DE ENCONTRO

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Vladimir Nabokov / Dom Quixote

 

Vladimir Nabokov


Alcir Pécora

LIVRO TRAZ AULAS DE NABOKOV 

SOBRE "DOM QUIXOTE" EM HARVARD

[RESUMO] Anotações de Vladimir Nabokov para um curso sobre "Dom Quixote" são reunidas em livro lançado recentemente no Brasil. A leitura do autor de "Lolita" a respeito do clássico romance de Miguel de Cervantes tem achados significativos, como refutar a concepção sentimental sobre a obra então em voga nas universidades americanas, e impressiona por sua análise minuciosa, mas peca por aplicar um método evolucionista datado, que repreende "Quixote", do século 17, por não ter as características do romance moderno.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Mary Oliver / A viagem

 


Mary Oliver


Não sou tradutor, mas conheci recentemente Mary Oliver, 1935/2019, essa adorável poeta americana, que tem um livro sobre cachorros que eu adoraria traduzir "Dog songs". Ela foi a mais longeva das poetas de sua geração e tinha uma relação, digamos, metafísica com a natureza, tendo ganho todos os principais prêmios de poesia nos EUA. Aqui um belo poema dela com tradução de dois especialistas e a minha modesta contribuição.

Marcilio Godoy