sábado, 23 de setembro de 2017

Nabokov / Lolita, luz da minha vida



LO - LI - TA, LUZ DA MINHA VIDA, LABAREDA EM MINHA CARNE!


Lolita, do russo Vladmir Nobokov, é um dos livros mais importantes do Sec. XX. Tornou-se sinônimo de juventude sem ingenuidade.
É uma obra universal e deve ser apreciada sem moderação, com um bom som e uma coca gelada!


Lolita, luz da minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, contra os dentes. Lo. Li. Ta
lolita.jpg
Lânguida e provocante em seus olhares!
Por uma semana e meia também fui um cativo dessa ninfeta, com seus ares e olhares. Lolita é uma das obras mais conhecidas da literatura, fruto da imaginação doentia de Vladimir Nabokov, um russo que fugiu da URSS e foi-se refugiar no ocidente.
Humbert Humbert o narrador, fustigado pelos olhares languidos da ninfeta, é um homem perturbado pela sombra das ninfas, que nos conta como foi levado à ruína por uma garota de 14 anos e como a levou à degenerescência total. O narrador brinca ao nos apresentar suas memórias, às vezes pouco conexas; até se encontrar, em uma cidadezinha da Nova Inglaterra, no EUA, com os olhos de uma garota e seu pirulito – uma cena antológica onde as cores e sombras misturam-se em uma dança diáfana, quase fáustica. Eles levam-se mutuamente à perdição, em uma relação quase incestuosa.
lolita-nabokov.jpg
Era o europeu típico em seus modos e comportamentos, preso em um mundo de pessoas grosseironas, sem grande senso estético e com nenhuma cultura. O típico professor, que por trás de seus óculos de aro grosso observa os movimentos das pernas das alunas ou das crianças que brincam no parque.
Ao contrário do que o senso comum me levou a crer, a ninfeta nunca seduziu o homem de meia idade. Humbert Hulbolt Humboldt Hum – encantado com a jovem ninfa, decide alugar um quarto na casa e quem acaba por apaixonar-se, é a mãe da garota, Charlotte Haze. Tudo o que queria e pretendia era ficar próximo e observar a ninfeta de jeitos grosseiros, mal educada e respondona. Lô era uma jovem típica, adorava modismos, revistas, roupas novas, revistas em quadrinhos, romances, músicas, filmes e revistas de fofoca. Não largava seus chicletes!
Lolita-Still-COL-02.jpg
Para não se afastar de Lô, Humbert casa-se com Charlotte, uma a típica americana do american way of life em sua falta de gosto ou inteligência. Casa-se com ela – um verdadeiro flagelo – só para ter perto de si a ninfeta.
A história é um misto de tensão policialesca e angústia romântica, que faz com que o peito fique pesado e a respiração falhe; em certos momentos, a narrativa quase se confunde com um Road movie. A melancolia dos dias de infância é roubada e substituída pela sombra dos amores indistintos.
lolita_1.jpg
Ao longo da narrativa, o sentimento que persiste é o de pena – pena pela triste sina do pobre Humbert, que teve que suportar toda a fúria destrutiva de sua filha/amante. A relação ambígua dos dois exaspera aqueles que seguem pelas linhas tortuosas do livro.
A sina da ninfeta está introjetada na cultura ocidental e “Lolita” tornou-se sinônimo de juventude sem ingenuidade. Lô era tudo menos uma garotinha indefesa; tinha suas garras!
Em 1962 o livro foi adaptado para as telonas por Stanley Kubrick – que conseguiu repassar toda a angustiante atmosfera do livro. Além de ter sido adaptado e readaptado ao longo das últimas décadas e de ser fonte de inspiração para muitos outras obras um sem fim de vezes.
É um livro que deve ser lido... É universal e deve ser aprecido sem moderação, com um bom som e uma coca gelada!

obvious


DE OTROS MUNDOS

FICCIONES

DRAGON




Nenhum comentário:

Postar um comentário